domingo, 24 de setembro de 2017

Mumbling | Até que ponto é que a sociedade nos influencia?

Anna Dziubinska

Concluir que a sociedade onde nos inserimos tem um papel fundamental no nosso desenvolvimento é inevitável. Nascemos dentro de uma caixa, que nos impõe ideias, gestos, certos procedimentos e condena-nos quando ousamos expandir horizontes. 
Não deve ser vista como um bicho, já que é graças a essa caixa que princípios como os Direitos Humanos fazem sentido para nós, que homicídio nos parece bárbaro e casamentos por conveniência ultrapassados. Noutra parte do globo, tais ideias poderiam ser vistas de modo diferente.  
Dito isto, nem tudo é um mar de rosas. Vivemos num mundo onde o preconceito ainda nos assombra, onde a diferença é ostracizada e opiniões fortes silenciadas.
De uma forma ou outra, acabamos por ser constrangidos pelo meio em que vivemos, mas até que ponto é que deixamos que as ideias impostas pela sociedade nos influenciem?

Varia de indivíduo para indivíduo e das suas características pessoais. Assim, pessoas mais dinâmicas, de mente aberta e opiniões fundamentadas, têm tendência a fugir a esta influência e a não mudarem certos comportamentos por medo de exclusão. 
Antes do uso da maquilhagem ser vulgarizado, eram os homens quem dava uso aos produtos de cosmética. Os anos passaram. Foi vista como um must have, como símbolo de classes inferiores e menos dignas, uma forma de expressão e ficou conhecida como um produto direcionado ao público feminino. Em pleno séc. XXI, as "regras" mudaram. Homens e mulheres usam maquilhagem, o que é alvo de crítica. 
Primeiramente, é hipócrita. Passamos a nossa vida a ouvir que devemos ser nós mesmos, depois julgam-nos por nos vestirmos de forma diferente, por usarmos ou não usarmos maquilhagem, por assistirmos a certos tipo de programas ou ouvirmos dada música. Julgam-nos pelo que parecemos ser e não existe nada mais importante do que a nossa aparência, não é verdade?
Apesar de estudar em Lisboa, vivi numa aldeia perto de Torres Vedras durante grande parte da minha vida. Provindo de uma família pouco religiosa, não ia à catequese, não fui batizada  (deixaram que fizesse essa escolha) e Domingo nunca foi dia de ir à igreja. Obviamente, não faltaram opiniões alheias acerca destas escolhas, comentários e olhares desdenhosos.
O que é que faz um bom relacionamento? Quando vi um video no canal da Hannah Witton a abordar a temática, achei que valia a pena utilizar este exemplo. Temos de viver o nosso primeiro amor durante a adolescência, - a Cherry, do Life of a Cherry, escreveu um excelente post acerca disto - casar, ter filhos, ir a encontros e comportarmo-nos de certa maneira. No video, a youtuber diz que um relacionamento deve ser adaptado às necessidades do casal e que "fugir à norma" não deveria ser um problema.

Assim, será que a sociedade comanda a nossa vida?
Não. Temos  ideas próprias, livre arbítrio e as nossas escolhas são nossa responsabilidade.

Será que a sociedade nos constringe?
Sim, visto que certas práticas não são bem aceites e temos plena noção de tal facto. Apesar disso, devemos satisfazer os nossos desejos e não pensar no que os outros poderão dizer. É errado fazer o contrário.

Será sempre assim?
A sociedade está em mutação, ainda que as novas ideias demorem a serem aceites. Há anos atrás, o casamento homosexual parecia impossível, hoje em dia é legal.
Ainda assim, existirá sempre constrangimento, por razão A, B ou C.

Qual é a vossa opinião acerca deste assunto?

9 comentários:

  1. A sociedade pode influenciar mais, ou menos, o nosso caminho dependendo da nossa força interior em relação a determinados assuntos. Há coisas tão enraizadas que nem nos questionamos se fazem sentido, mas quando começamos a perceber que não nos identificamos com determinado pensamento não temos que o seguir só porque "é o que a sociedade nos diz". Temos que nos fazer valer como pessoas com ideias próprias. Não é ir contra só porque sim, é demonstrar que há mais para além daquilo que nos mostram.

    r: Sim, por vezes também fico frustrada, porque gostava de perceber como é que conseguiram fazer aquele truque. Mas não teria o mesmo encanto, não é?

    Só precisei de encontrar o livro certo :)

    Tenho mesmo que o ler!

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  2. Nós não temos de fazer algo só porque a sociedade quer ou acha que é o correcto. As pessoas vão sempre julgar aquilo que é diferente ou está em minoria... Vai ser sempre assim, mas com o passar do tempo pode ser que comecem a aceitar a diferença!

    Boa semana! :)

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  3. Concordo bastante com o que dizes. Mas infelizmente acho que a sociedade ainda comanda a vida de muita gente por terem medo/vergonha, etc. Sair da caixa não é fácil, e ser-se diferente também não porque se corre o risco de toda a gente apontar o dedo.

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  4. A sociedade acaba por influenciar sempre, por minimo que seja, a forma como vivemos e as decisões que tomamos! Enquanto houver preconceito as pessoas continuarão a ter medo de assumir as suas posições e de serem aquilo que realmente são e querem ser! É triste que assim seja, mas cabe-nos a nós ter essa força para não nos deixarmos moldar pelas tradições e pelas aparências que teimam em presistir!
    Este é mais um dos teus excelentes posts que nos colocam a refletir!
    Beijinhos e parabéns!!

    Andreia, www.pillofwords.blogs.sapo.pt

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  5. A sociedade acaba por influenciar muita coisa na nossa vida. Basta tanto para o lado bom como para o mau. Sempre sofri muito com o preconceito de ser gordinha porque na sociedade só as meninas magras é que são mulheres e dignas de vida. Pois cheguei a ir muito abaixo por isso. Muitas vezes temos de batalhar um pouco com isso... eu tentei fazendo cosplay e tornando-me modelo. Se bem que sei que agora modelo plus size está em altas e a sociedade aceita....

    É muita pena que ela nos molde por muito pouco que seja, acaba por fazer com que sigamos por um caminho que talvez não era bem o que poderiamos escolher :/

    Um optimo tema que dá que pensar. Adoro o teu blog por isso mesmo :D

    beijinhos
    Rafaela Borges || KnightLand ❤

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  6. Mulher, esse assunto tem me perseguido! Semana retrasada eu tava falando com uma amiga sobre isso, se a gente realmente gosta do que a gente gosta ou se a gente é influenciada pela sociedade, sabe? Logo depois a Ellora Haonne, não sei se tu conhece, mas ela é uma youtuber, postou um vídeo em que ela se questiona algo assim também, e agora me deparo com esse post. Eu acho que é meio que impossível não sermos influenciados de alguma maneira, né? Mas quando a gente descobre a nossa verdadeira essência e passamos a ser nós mesmos de verdade, é aí que estamos livres realmente. Uma pena que seja tão difícil fugir de ligar pras opiniões alheias e tal. Adorei a reflexão!
    Um beijão,
    Gabs | likegabs.blogspot.com ❥

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